quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Poesia Popular

Cá dentro do nosso povo
Há uma cadela enraivada
Mordeu numa vizinha
Precisa de ser açaimada

Foi por causa do lixo
Que o vento ali juntou
É que a ela se atirou
Feroz que nem um bicho
O sangue correu de esguicho
Ainda jurou de novo
Vais ficar que nem um ovo
Podes ir participar
É preciso ter azar
Cá dentro do nosso povo

A pobre da mulherzinha
Tem sofrido bastante
Tem sido arrepiante
É de manhã e á tardinha
Ela vive sozinha
É sempre mal tratada
Por aquela fera malvada
Que com ela embirrou
Foi o que lhe calhou
Há uma cadela enraivada

Na Internet foi acusada
De a tratarem abaixo de cão
Eu não lhe dou perdão
Não merece ser perdoada
Essa pessoa apaixonada
Por essa bela rainha
Devia apanhar uma dentadinha
Que ficasse bem marcada
E de pinha arreganhada
Mordeu numa vizinha

Dizem que a escovaram
No fato tinha poeira
Não gostou da brincadeira
É porque elas lhe amargaram
Muitas vezes lhas perdoaram
Mas por poucos é gabada
Assim não dá ares a nada
Ela ofende toda a gente
Anda sempre arreganhando o dente
Precisa ser açaimada.




2 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia caros conterraneos
Gostaria de deixar aqui um grande abraço ao autor destas quadras, é um grande poeta popular. Parabens e continua a alegrar-nos com esse bom humor caracteristico dos Alentejanos.Deverias reunir e publicar tudo o que tens escrito desde sempre.

Bem haja e Feliz Natal para todos

João Carlos disse...

Está espectacular, mas é pena não se conhecer o autor.
Pelo menos o amilcar quando as escreve, identifica-se.
João Carlos